Meu vinho está cheirando a mofo ou a papelão molhado. O que passou?
A maior parte das garrafas de vinho é vedada com rolhas de cortiça. A cortiça é um tecido vegetal com excelente elasticidade, boa impermeabilidade a líquidos e a gases, leve, resistente, e ainda não possui cheiro, nem sabor. A cortiça utilizada nas rolhas de vinhos vem da parte mais externa do Sobreiro.
O Sobreiro, cujo maior produtor é Portugal, é uma árvore que com o passar dos anos cria uma casca espessa de cortiça no seu tronco. Esta casca é retirada a cada 9 anos em pranchas, para a produção das rolhas. O Sobreiro é a única espécie vegetal que se autorregenera após cada descortiçamento.
Foto: Evasões (remoção das pranchas de cortiça) |
Os aromas desagradáveis a mofo, a porão úmido, de jornal ou papelão molhado é chamado no mundo do vinho de Bouchonée (francês) ou de doença da rolha. Este aroma deve-se a presença de TCA ou TriCloroAnisol nas rolhas, decorrente de resíduos de cloro nas fábricas de cortiças, e ainda de produtos químicos utilizados para o combate de pragas nos bosques, onde encontram–se os Sobreiros.
As alternativas que os produtores possuem para evitar ter o Bouchonée em seus vinhos, seriam, a utilização de rolhas Screw Cap e a utilização das rolhas de cortiça com tecnologia anti-TCA, como a DIAM e a XPÜR.
Tampas Screw Cap |
Rolhas Diam |
Porém, há um detalhe a ser lembrado. Ainda há a possiblidade do ambiente da cantina estar contaminado com TBA ou TriBromoAnisol. Esta substância é resultante da degradação do TriBromoFenol. O TriBromoFenol é um fungicida para madeira, e utilizado também para a preservação de papel, couro, entre outros.
Enfim, o melhor caminho para estes vinhos, infelizmente é o ralo da pia da cozinha.
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